Modernamente, mais desafiador que escrever aforismos, é dar ao que se escreve um caráter próprio, fugindo à fórmula convencional com um esforço ora mais livre, ora ainda mais específico. Seus melhores autores já não escrevem máximas, simplesmente, ao velho estilo francês. Escrevem aquilo que escrevem, isto é, algo mais ou menos novo, surgido de uma ênfase particular, indefinível às vezes. Razão pela qual, se um Lichtenberg e um Jules Renard nem sequer classificam o que produzem — um preenchia seus cadernos, enquanto o outro redigia seus diários —, nos deixou um Gómez Dávila, mais recentemente, seus escólios, como um Antônio Porchia, suas vozes, e um Gómez de la Serna, suas greguerías.