7.5.12

Final

O jogo de ontem talvez tenha revelado mais um aspecto da complexa psicologia alvinegra, em parte já bem conhecida de todos. Digo isso porque não tenho esbarrado com reclamações acintosas contra a arbitragem, quando eu, sinceramente, as esperava encontrar: tiveram, além de um jogador expulso (a causa mesma do passeio), o que eles chamariam, em uma final contra o Flamengo, de pênalti não marcado sobre Loco Abreu. A pergunta é: por que o silêncio? Eis uma resposta possível. Não é que não se sintam lesados. É que deixam a exacerbação para ocasiões que lhes permitam a ilusão de superioridade. Tivessem perdido por um 2 x 1 apertado, ou nas cobranças alternadas, e sem dúvida veríamos reeditado o show de anos anteriores. Mas, com um placar daqueles, e com (além do placar) o baile tomado, encolhem-se, limitados a uma e outra insinuação, sempre oblíqua. “Não foi responsável pela derrota, mas atrapalhou o espetáculo.” Que é outro modo de dizer: “Perderíamos de qualquer forma.”