Houvesse no Brasil algum interesse real pela meritocracia (e que essa palavra seja possível em português é já uma coisa que abisma), ele teria de começar por combater o condicionamento das oportunidades às contingências sociais. Se o que contasse fosse o tão babado valor individual, e não o da família em que se nasce, era de se esperar que buscassem eliminar o desperdício dele, viesse donde viesse. Duas coisas que não ocorrem. Andam os brasileiros falando de mérito, excelência e competitividade, mas o que lhes tira o sono é a faxina, ou quem há de realizá-la. Tanto quanto a portaria, ou quem há de vigiá-la. E o filho, ou quem há de cria-lo. É verdade que, se perguntados, lamentarão a queda do ensino público superior, quando a única que realmente os aflige é a da casta de desqualificados para fins subalternos.