Um daqueles livros que Paulo Coelho resumiria a um twit, nesse caso não por não passar de estilo, mas pelo acúmulo de informações que postergam ao máximo a ação, relativamente ao tamanho da obra pouca e simples. Contudo, basta que se tenha em mente que Deus, querendo extinguir do globo a raça humana, transformou-o num imenso e único oceano, — num imenso e único domínio leviatânico —, para se ter um vislumbre da dimensão simbólica existente para além da mera exaustão documentária. Dimensão essa que, apesar de profunda, inesgotável, talvez não impeça que se caminhe para o fim da leitura nutrindo pelos componentes da pesca baleeira o fastio de alguns Inklings pelos hobbits de Tolkien, àquela altura onipresentes. Digno de nota ainda é que o heroísmo trágico daqueles homens ordinários, — alguns, verdadeiros párias —, nós brasileiros o conhecemos de outro lugar. Nomeadamente, de Os sertões. O que é curioso. Melville começa com aquela leveza superior, quase leviana, de um Machado, e termina prestando aos miseráveis do mar o grave serviço que, mais tarde, Euclides prestará aos do sertão.