Sobre a questão racial, talvez fosse mais justo lutar contra a ideia de superioridade que lutar a favor da de igualdade, numa superficialização das diferenças em que só as de culturas periféricas perdem. Agora somos todos iguais, e só nos distinguem a cor da pele, a textura do cabelo e a largura do nariz, meros detalhes, motivo pelo qual devem todos abandonar suas particularidades a fim de ingressarem no mundo magnífico da Civilização. E o que era para dignificar as divergências, serve agora para as eliminar: já não há quem seja inferior aos europeus — desde que se lhes assemelhe. Mil vezes não. É justamente por não serem intrinsecamente inferiores que não têm por que se igualarem. É justamente por serem iguais que podem manter-se diferentes.