Uma mulher é violentada no Central Park. A polícia, muito eficiente, faz bem o seu trabalho e logo apresenta 5 suspeitos. Por acaso todos pretos. Consegue, sabe-se lá como, de cada um deles um vídeo em que se confessam culpados e explicam como procederam. Os depoimentos são contraditórios entre si, mas concordam na mais importante das coisas: foram eles. Enquanto isso, os peritos avançam nas análises investigativas. O DNA que encontram no corpo da vítima, que sobreviveu, não é de nenhum deles, além de outras incompatibilidades. Todas irrelevantes, uma vez que existem os vídeos. Fica decidido: devem ir a julgamento, que se transforma em circo. Alegam-se, todo o tempo, inocentes. Que não há provas contra eles. Que foram coagidos. Que confessaram sob pressão. Apesar dos esforços, a defesa, prevendo o desfecho, fala em acordo. Os réus se negam: são inocentes. Não querem acordo: ou tudo ou nada. O resultado: todos condenados a — em média — 10 anos de prisão num reformatório de segurança máxima — eram adolescentes. À saída, o povo aplaude a promotoria, aliviado. Estavam a salvo.
Treze anos mais tarde, dá entrada na mesma prisão que um deles um malandro dizendo à boca pequena que conhecia quem estivesse ali por um crime que não havia cometido. O culpado, na verdade, era ele. Os boatos correm. A direção do presídio o chama. Ele esclarece: foi ele quem estuprou a tal mulher do Central Park, treze anos antes. Reabrem-se os arquivos. As histórias batem. O DNA, por fim, encerra a questão: prenderam as pessoas erradas. Os advogados dos (então) jovens pleiteiam o cancelamento da sentença. A justiça acede, prontamente. E não é que não era?... Mals aê.