8.10.15

Nobel

O grande problema das eleições e premiações literárias, aquilo que realmente nos deixa rendidos, sem saber o que fazer com elas, nem é a multidão de merecedores preteridos em nome de figuras questionáveis, mas, bem ao contrário, o número nem um pouco menor de merecedores justamente lembrados. Se só os maus escritores fossem os premiados, e as escolhas fossem invariavelmente políticas, seria ótimo. Mas o que fazer com um Nobel que, se nunca premiou nem Tolstoi nem Joyce nem Borges nem Nabokov nem Roth, por acaso não deixou de premiar nem Thomas Mann, nem William Faulkner, nem Samuel Beckett, nem Octavio Paz, nem Wislawa Szymborska?