Não é apenas no modo como se referem ao Tao e ao ápeiron que Lao Tsé e Anaximandro se assemelham (ambas designações do princípio imaterial, inesgotável, inapreensível da realidade), mas também na compreensão de como todas as coisas nascem a partir dos pares de opostos complementares de alguma forma derivados daquela unidade primordial: assim como Lao Tsé desdobra o Yin e Yang, Anaximandro aponta para a “separação dos contrários em consequência do movimento eterno” (também o Tao “flui sem cessar”), tais como “o quente e o frio, o seco e o úmido”, etc. Outra relação inesperada surge quando a Anaximandro se atribui a ideia de que os primeiros homens nasceram no interior dos peixes e de lá só foram expelidos para a vida na terra após terem amadurecidas as capacidades necessárias à preservação da nova espécie (além do mais Anaximandro foi o primeiro evolucionista), hipótese que dá a Jonas a aparência de um velho mito da criação do homem já esquecido, para o qual se arranjou depois outro significado.