3.2.12

2007

O Flamengo já deu mostras de que não precisa necessariamente de um técnico bom, mas, antes, de um que não inspire desconfiança e seja capaz, com simpatia e concessões, de evitar boicotes. Sem precisar me estender, trago à consideração o fato de termos ganhado o Brasileiro com Andrade à frente, o mesmo Andrade que, no mês seguinte, sucumbiu impotente à má vontade generalizada do grupo campeão. Deu certo enquanto os jogadores quiseram. Concedo que, com o que temos em mãos, merecíamos algo melhor que Joel Santana. Merecíamos um treinador disposto a investir nos recém-promovidos da base. Um treinador interessado em fazer o time correr, suar, sem emulações mal-feitas do reme-reme catalão, e audacioso o bastante para um meio de campo leve e criativo. Natalino, parte de nossa velha-guarda, decerto não é esse homem: acho até que seria prudente uma cláusula contratual proibindo a escalação simultânea de Aírton, Maldonado, Williams, Renato Abreu e Muralha. Mas, para compensar a defasagem, é querido como poucos nesse mundo pretensioso, podendo fazer as vezes do pai que nossos birrentos precisam. Imaginem se ele consegue manter o empenho de quando souberam da saída de Luxa... Estaríamos feitos. Em todo caso, se não bastam os argumentos acima, lembremos 2007, ano em que 2009 começou.