É verdade que há idéias das quais não teríamos qualquer notícia sem o auxílio da internet. Passaríamos a vida sem esbarrar com alguém que as defendesse, ou mesmo delas desconfiasse. Nem com um livro que as expusesse, ou uma iluminada revista que as discutisse. Valiosas idéias minoritárias, sem prestígio nem alcance, a que sabe Deus como chegamos, graças talvez a um link à-toa que resolvemos seguir, e sem as quais já não seríamos as pessoas espetaculares que somos. O que não impede, porém, que haja o grupo das que, sem a internet, nem mesmo existiriam. Das que, sem ela, jamais circulariam em letra de forma, de tão embaraçosas. Idéias que demandam reserva absoluta, mesmo para com as próprias mães. Do tipo que só se pode sustentar, de modo heróico, anônima ou pseudonimamente, e cujos grandes centros irradiadores foram as ora obsoletas comunidades do Orkut, compostas, as maiores, por algo em torno a trinta perfis falsos.