Acabado o vídeo do gato que salvou uma criança do ataque de um cachorro, de repente me sinto capaz de iniciar uma cruzada contra essa espécie abjeta que é a canina — cuja maior virtude é justo algo tão deplorável quanto a sujeição, máximo defeito que compensa e anula uma multidão de outros, e a respeito da qual estão certos os povos muçulmanos, para quem a figura do cão é das mais insultuosas.
Evidente que estou sendo injusto. Tão injusto com os cães quanto seus donos, esses caluniadores, são com os gatos, bichos “traiçoeiros”, que “se apegam mais ao lugar que ao dono”, e sei lá mais quantas merdas incansavelmente ditas e reditas.
Com a diferença de que, se eles são injustos a vida inteira, eu quero ser injusto apenas hoje: os cães não valem nada e merecem a sorte que têm na China.