7.7.14

Ishikawa

Três tankas de Takuboku Ishikawa, importante poeta japonês da virada do século XIX pro XX, morto aos 27 anos por tuberculose — teve apenas dez anos de produção poética —, na tradução conjunta de Masuo Yamaki e Paulo Colina, publicada em 86 pela Roswitha Kempf Editores. Como referi, trata-se de tankas — forma tradicional feita de cinco versos de 5-7-5-7-7 sílabas cada. Agora, não me perguntem por que são apresentados como tankas, se têm o formato, tanto no original japonês reproduzido no livro quanto na versão portuguesa, do haikai, composto sabidamente por apenas três versos. Desconfio que tenha que ver com a natureza subjetiva do assunto etc., mas é chute.

fumaça que se desfaz no céu azul,
fumaça que se desfaz melancolicamente:
meu espelho
*
morressem todos os que me humilharam,
ainda que por uma só vez:
essa a minha prece

*
minha cabeça parece um barranco
em que a terra, dia a dia,
desmorona, tristemente