9.7.14

A culpa

Scolari preferiu afundar a barca toda, ver o time inteiro humilhado ao fim do primeiro tempo, a admitir prontamente seu equívoco e a consertá-lo o quanto antes, ainda no início da primeira etapa, com a mera substituição de um ou dois jogadores, que então se tornariam os bodes expiatórios da derrota, em todo caso bem menos vexatória do que foi: se não me engano, foram 5 gols em 30 minutos de jogo, dos quais 3 gols ocorreram num intervalo de 10 minutos, o time desbaratado, sem meio-campo..., — 3 gols que a saída de Bernard sozinha facilmente evitaria. Um Louis van Gaal, por exemplo, e como tivemos ocasião de ver, não pensaria duas vezes em pôr quem quer que fosse na berlinda pra salvar um resultado. Scolari preferiu, porém, com a omissão, não comprometer ninguém, nem a si mesmo. Sem as substituições que qualquer técnico digno do nome teria feito, ele buscou eximir todo mundo de culpa (as alterações seriam uma espécie de confissão assinada, dele e dos substituídos), jogando a catástrofe no colo do imponderável. De uma covardia indigna da posição.