É muito compreensível que os hebreus — um povo nômade — tenham concebido o castigo pelo pecado sob a forma de expulsão de um paraíso. Concepção compreensível no caso deles, mas que faria pouquíssimo sentido para outros povos — sedentários, moradores de regiões férteis —, em cujos mitos, não por acaso, é relativamente frequente a figura do deus criador que, ante a desobediência dos homens, em vez de expulsá-los de sua presença, antes os abandona à própria sorte retirando-se de entre eles. De fato: como poderiam supor que haviam sido expulsos de um jardim, se continuavam a viver em meio a um?