No mito suaíli da criação do mundo — de inspiração islâmica, aparentemente sufi —, Deus ama tanto a alma de Maomé que acaba de moldar a partir da luz, que então decide criar os homens só para que tivesse a quem enviá-lo. Depois, cria para si um trono coberto por um tapete que se estende pelos céus até o limite do espaço, feito com as cores do arco-íris. A terceira coisa que Deus cria é uma tábua imensa que contém a descrição completa e detalhada de rigorosamente todos os eventos, assim do passado como do futuro. Essa tábua é chamada a Mãe dos Livros, porque todos os livros escritos, em todas as línguas, contêm apenas fragmentos de seu conteúdo. Dentre os vários anjos que residem no céu, há um anjo de mil cabeças, com mil bocas em cada cabeça, e cada boca proclamando a glória de Deus em um idioma diferente. Além desse anjo, chama a atenção um outro, cuja metade esquerda é de fogo e a direita é de neve, e a neve não apaga o fogo nem o fogo derrete a neve, porque sob as ordens de Deus a conciliação dos contrários é possível, razão pela qual os homens coexistem.