6.1.16

Livros

Se alguém ainda recorre a Gide, é por causa dos diários, mesmo havendo ele publicado inúmeros livros, então, do maior interesse. Quase o mesmo com seu contemporâneo Jules Renard, com a diferença de que os livros deste nunca marcaram época. Renard repete o caso de Amiel, outro escritor que teria desaparecido sem as páginas dos diários. Indo mais longe, Pascal se tornou clássico pelas notas que tomou para um livro que não chegou a escrever. Quase como Joubert, que, sem ter publicado coisa alguma em vida, é igualmente conhecido, hoje, pela publicação póstuma das notas que foi acumulando, só que sem plano algum de obra futura. Além desses, os escritores de um único livro indefinidamente aumentado em sucessivas reedições — livros utilizados como meros suportes para textos avulsos, sem nenhuma dependência entre si: Montaigne, La Bruyère, La Rochefoucauld...