Os historiadores da arte são unânimes em afirmar o caráter mágico da arte rupestre, isto é, em afirmar que o homem paleolítico pintava com a intenção de trazer à realidade, circunstância que explicaria não só o realismo da representação — e não é bonito que algumas das primeiras e mais antigas manifestações artísticas de que se tem notícia sejam “naturalistas”, “fotográficas”? —, como a presença quase exclusiva de alvos e cenas de caça. E tudo isso ganha ainda mais sentido quando se lê, em Eliade, sobre a importância ritual das cavernas. Ora, se a Terra era (e é) compreendida como Mãe, seu interior só poderia ser tomado como ventre. Daí cavernas e grutas serem úteros, as fábricas primordiais de realidades novas.
9.12.16
Caverna
Os historiadores da arte são unânimes em afirmar o caráter mágico da arte rupestre, isto é, em afirmar que o homem paleolítico pintava com a intenção de trazer à realidade, circunstância que explicaria não só o realismo da representação — e não é bonito que algumas das primeiras e mais antigas manifestações artísticas de que se tem notícia sejam “naturalistas”, “fotográficas”? —, como a presença quase exclusiva de alvos e cenas de caça. E tudo isso ganha ainda mais sentido quando se lê, em Eliade, sobre a importância ritual das cavernas. Ora, se a Terra era (e é) compreendida como Mãe, seu interior só poderia ser tomado como ventre. Daí cavernas e grutas serem úteros, as fábricas primordiais de realidades novas.