Teresa Filósofa, anônimo do século XVIII
Assim como os antigos ensinavam por meio de histórias protagonizadas por animais, os libertinos do século XVIII usavam o erotismo para discutir a sociedade. Escreviam livros aparentemente escandalosos, mas que no fundo eram textos didáticos, cheios de palestras filosóficas, sermões racionalistas, catequese iluminista — textos que eram verdadeiros breviários da Nova Moral: o livre-arbítrio é uma ilusão; o ciúme é um preconceito estúpido; o sexo, uma necessidade tão natural como a fome, e várias outras novidades da época, para a boa educação das jovens desinformadas. Mas, ao contrário do radicalismo de Sade, que requeria as últimas consequências revolucionárias do ateísmo, a filosofia aprendida por Teresa, que nem ateísta chega a ser, é bem mais conservadora: o autor faz questão de ressaltar que nenhuma de suas ideias, se bem aplicadas, é capaz de transtornar o bom funcionamento da sociedade.
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