6.4.14

Mudez

Se alguém me perguntasse, eu diria que Lêdo Ivo é o poeta da mudez das coisas. Mudo deve ser o adjetivo que mais usa. De cabeça, lembro de vê-lo aplicado ao céu, ao mundo, ao chão, ao mar, ao corpo... E porque as coisas nada lhe dissessem, estava convocado a proclamar o que elas sonegavam, a dizer tanto a primeira palavra quanto a última, tanto a palavra primordial quanto a definitiva.