18.5.21

Uma analogia cristã


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um discípulo sugere a Mêncio que o homem virtuoso está para a natureza humana como a escultura está para a madeira. Trata-se, curiosamente, da mesma analogia utilizada por Antônio Vieira, mil e novecentos anos depois, no Sermão do Espírito Santo: os gentios são pedras que os missionários esculpem. Mas Mêncio logo descarta a imagem da virtude como violência à natureza (esculpir implica cinzelar, martelar) por considerá-la nociva e contraproducente. 
 
Em seguida, Mêncio afirma que a natureza humana tende à virtude como a água tende para baixo. E que, assim como a água só deixa de correr espontaneamente para baixo mediante um impedimento exterior, assim também o homem no que diz respeito à virtude: são as circunstâncias que o corrompem. Já um aproveitamento cristão da analogia proposta por Mêncio diria, ao contrário, que um homem virtuoso é uma água que corre para cima.

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