26.2.12

Desprezo

Nunca os desprezadores da humanidade dependeram tanto do alvo de seu desprezo. Dedicado a vã tarefa de encontrar um só homem, habitava Diógenes um barril e dependia, quando muito, de que o alimentassem. E mesmo assim, contrariado, lamentava não ser possível saciar a fome de comida como saciava a de sexo, esfregando, em vez das partes, a barriga. Já hoje ninguém despreza ninguém sem, no mínimo, uma conta no Twitter.