1.5.13

Troféu

Os de direita sempre viram no Caetano um desmiolado, desses cuja opinião não se leva em conta, representante máximo daquilo que gostam da chamar pseudointelectualidade. Jamais lhe admitiram qualquer mérito, tomando antes seu prestígio como prova de insalubridade nacional. Até que de repente aquele mesmo Caetano — parceiro do ainda mais desconexo Gilberto Gil, autor de velhas e novas letras sem pé nem cabeça, dono de preferências literárias das mais duvidosas e juízos invariavelmente enviesados —, se apresenta, nessa ou naquela questão, quase como um deles. Que fazem, então, os detratores, para quem nunca foi mais que motivo de piada? Enrubescem? — Brandem-no como troféu.